LENDA DA FORMIGA MANAQUIRI


Naná era uma jovem índia filha de uma Cacique de uma tribo indígena da nação mura

Que vivia sonhando com o amor e um casamento feliz. Nas noites de luar enquanto

Todos dormiam, deitava-se na rede tecida de cipó ambé. Ao relento ficava a contemplar

a lua, alimentando seu desejo de tornar-se esposa e mãe. Certa noite, Naná adormeceu.

e sonhou com um lindo jovem branco e louro que dizia que lhe amava. O sonho repetiu-

se muitas vezes e ela acabou por apaixonar-se. Entretanto, não contou a ninguém. O

Jovem, depois, de lhe haver conquistado o coração, desapareceu de seus sonhos como.

Por encanto na floresta, deixando-a mergulhada em profunda melancolia. Passado

Algum tempo, Naná, constantemente ia a Floresta, a procura do jovem por quem estava

apaixonada, em meio há esses passeios foi surpreendida com o ataque de uma cobra

venenosa que a picou e, a jovem morreu no seio da floresta. Decorridos alguns dias o

Cacique da tribo, sentiu falta da filha, e mandou um grupo de Índios Caçadores a

procurá-la. Após dias de busca encontraram a jovem índia entre as folhas de uma árvore

chamada "manah", que na língua indígena significa: "planta medicinal". Aí então deram

a notícia a tribo que se reuniu e foram até o local, para prantear a morte da filha do

cacique, porém, resolveram não enterra - lá, optaram em cobrir o seu corpo com folhas

em forma de pirâmide, e, passaram a visitá-la todos os anos no mês de agosto. Para

surpresa deles no terceiro ano de visita chegaram ao local e viram que a grande

pirâmide tinha se transformado em um grande formigueiro, mas as formigas eram tão

grandes que causaram espanto aos indígenas, que logo chamaram o Líder Religioso da

tribo para explicar o fato, esse ao consultar as divindades disse que o corpo de Naná,

tinha sido transformado em formigas pelo Deus Sol, como forma de consolo ao Cacique

pai da bela índia. As formigas tinham as nádegas avantajadas e a cabeça pequena, e

serviria de ativador energético para tirar o cansaço do índio, após um dia de caçada.

Mas, perceberam também que as formigas tinham grande poder de destruição, pois ao

redor do formigueiro as árvores estavam sem as folhas que foram coletadas pelas

formigas, assustados recorreram ao Cacique da tribo, que as chamou de MARAQUIRI,

que significa na língua indígena "marah" = animal roedor e "kiri" = cabeça pequena.

Diante do problema o Cacique convocou o governador da floresta o Senhor Curupira

para uma conversa para juntos encontrar uma solução para combater as formigas

destruidoras, depois desta conversação, chegaram ao consenso em acabar com as

formigas fazendo delas churrasquinhos nas noites de lua cheia. E assim as cunhantãs

da tribo passaram a coletar talos de buriti para fazer espetinhos, os curumins

capturavam as formigas usando flechas com bico de espinhos de Cuandu, e as

colocavam nos espetos e nas noites de luar faziam um grande jirau, sob ele brasas para

assar as formigas que eram consumidas como tira gosto da caiçuma uma bebida forte

feita da mandioca, com danças ao som de tambores confeccionados de toras ocas de

madeira e forrados com pele de anta, e das flautas feitas de bambu. Esse ritual se

repetiria até que fossem exterminados todos os formigueiros onde morava a tribo. Foram

realizados vários rituais e as formigas foram extintas. Contente com o extermínio das

formigas o Cacique deu o nome a pequena ilha de MANAQUIRI, que significa: "manah"

planta medicinal (em português = mana) e "kiri" = cabeça pequena (em português =

quiri )e, houve uma grande festa na tribo.

 

Autor: Professor - Sebastião Reategui Francalino

Registro n° 10-Livro-B-2-1° Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca

de Manaquiri -Amazonas.